segunda-feira, 19 de julho de 2010

Atabaque

Atabaque



O atabaque chegou no Brasil através dos escravos africanos, é usado em quase todo ritual afro-brasileiro, típico do Candomblé e da Umbanda e das outras religiões afro-brasileiras e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, empregados para convocar os Orixás, Nkisis e Voduns.




Características


O atabaque é feito em madeira e aros de ferro que sustentam o couro. Nos terreiros de candomblé, os três atabaques utilizados são chamados de RUM, RUMPI e LE. O rum, o maior de todos, possui o registro grave; o do meio, rumpi, em o registro médio; o lé, o menor, possui o registro agudo. O trio de atabaques executa, ao longo do xirê, uma série de toques que devem estar de acordo com os orixás que vão sendo evocados em cada momento da festa. Para auxiliar os tambores, utiliza-se um agogô; em algumas casas tocam-se também cabaças e afoxés. (professor Luiz Antônio Simas)

Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos blocos de afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.

Os atabaques são encourados com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás, independente da cerimônia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados, o couro que veio da loja geralmente é descartado, o cilindro de madeira só depois de passar pelos rituais é que poderá ser usado no terreiro.

O som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura. Para ouvir um toque de barra vento acesse www.youtube.com e pesquise Barra Vento

Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo RUM (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no RUM que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o RUMPI e o LE.


Os atabaques são chamados de Ilubatá ou Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.

Essa é a diferença entre o atabaque do candomblé e do atabaque instrumento musical comprado nas lojas com a finalidade de apresentações artísticas, que normalmente são industrializados para essa finalidade.

Segundo Edison Carneiro, o som do atabaque é o mesmo tam-tam de todos os povos primitivos do mundo. Consiste numa pele seca de animal esticada sobre a extremidade de um cilindro oco.

No tempo de Manuel Querino haviam várias espécies de tabaques como eram chamados na época: pequenos Batá, grandes Ilú e os atabaques de guerra, bàtá koto, que desempenharam grande papél nos levantes de escravos, na Bahia no começo do século XIX, o que determinou a proibição expressa de sua importação desde 1835.



Ogans do Barracão

Macilio - Alagbê,Deri – Runtó e Euvis - Alagbê











 
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