quarta-feira, 14 de abril de 2010

Orixás e Algumas Qualidades

EXÚ

Exú Elegbára = senhor do poder
Exú Yangi = pedra vermelha de laterita, primeira protoforma existente (água + terra)
Exú Àgbá = pai-ancestre (representação coletiva de todos os exús individuais)
Exú Obá - rei-de-todos
Exú Alakétu = título dado a exú pelos kétu da Bahia - rei do povo Kétu -
Exú Elebo = senhor-das-oferendas
Exú Ojìse-ebo = encarregado-e-transportador de oferendas
Exú Elérú = senhor do erú (carrego)
Exú Olòbe = proprietário e senhor da faca
Exú Enú-gbárijo = explicitador de mensagens
Exú Bara = o rei do corpo (obá + ara) (princípio de vida individual)
Exú Odara = aquele que guia (mostra o caminho, vai na frente)
Exú é o 1º nascido da existência e, como tal, o símbolo do elemento procriado. Mensageiro dos orixás , elemento de ligação entre as divindades e os homens, a um tempo mais próximo do mundo terreno e mais perto do elevadíssimo espaço celeste por onde transita Òrúnmìlà, é um orixá, é sempre a primeira divindade a receber as oferendas, justamente para que atue como um aliado e não como um rival que perturbe os procedimentos místicos desenvolvidos durante os rituais. Coerente com seu lugar mítico privilegiado, é ele que abre esse "corpus mitopoético"

Qualidades

QUALIDADES:

1) Elegbára
2) Alákétu
3) Laalu
4) Jelu
5) Run danto
6) Tiriri
7) Lonan
8) Jele bara
9) Anan ou Inan
10) Bará
11) Jigidi
12) Mavambo
13) Embeberekete
14) Sinza Muzila
15) Sandú
16) Baragbo
17) Akesan
18) Baralajki
19) Betire
20) Lamu Bata
21) Okanlelogun



LÓGUNÈDE

Erinlè teria tido, com Oxum Yéyépondá, um filho chamado Lógunède, cujo culto se faz ainda, mas raramente em Ilexá.
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No Brasil tem numerosos adeptos. Tem por particularidade viver seis meses do ano sobre a terra, comendo caça, e os outros seis meses, sob as águas de rio, comendo peixe. Seria também alternadamente nestes períodos, masculino e feminino respectivamente, razão pela qual, seus filhos alteram períodos distintos durante o ano, ou até mesmo durante o dia , de alteração de humor, gosto, vontade, sendo mais distinto, longos períodos (duram mais ou menos seis meses cada), em que adota, de uma forma mais preponderante (nunca totalmente, apenas prevalece mais uma sobre a outra), ora as caraterísticas de seu pai oxóssi, com espírito aventureiro (no sentido de viagens), desligado com padrões, roupas e cuidado específico com seu corpo; em outro aspecto, assume, da mesma forma já explicada, as características da sua mãe Oxum, sendo dócil, meigo, afável, carente, amoroso, sensível, brioso e trabalhador determinado. Valendo tanto para homens ou mulheres que tenham esse orixá. Sua cor é o azul turquesa com amarelo ouro



NANÃ


A avó dos Orixás, também chamada Nanã Buruku (Buru = espírito ; Iku = morte).
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Vodum da lama, dos pântanos, seu símbolo, o Ibiiri (I-Biri = enrolou repentinamente ou Ibi = nascimento ; Ri = previamente), assemelha-se ao Sasará[xaxará] de Omolú, mas é voltado na ponta superior, forrado com as cores azul e branco ou roxo, incrustado de búzios. O feixe de nervuras de palmeira, que formam seu interior, bom como os búzios, representam seus descendentes (filhos), pois Nanà, é a grande genitora mítica. Também chamada de Nanà Burukè, Burukú, Ananburukú. No Daomé, aparece como a mãe Mawu (feminino) e Lisá (masculino), casal gerador da humanidade. Nos cultos brasileiros é considerada a mãe do todos orixás,é a mais velhas das águas; també orixá da chuva e da lama, que deu origem a terra. Tem também relações com a morte. Em certos mitos é considerada a esposa de Oxalá, e ainda mãe de Omolú e Oxumarè, orixás procedentes da mesma região que ela. A sua configuração de terra e lama: "A terra deve ser umedecida sempre que seca e quente, a umidade e o frescor representam a paz e o equilíbrio. Colocar água sobre a terra, significa não só fecundá-la, mas também restituir-lhe seu "sangue" branco com o qual ela "alimenta" e propicia tudo que nasce e cresce e, em decorrência os pedidos e rituais a serem realizados. Deitar água é iniciar e propiciar um ciclo." Sua ligação com água e lama, a associam à agricultura, à fertilidade, aos grãos. Ela recebe em seu seio os mortos que permitem o renascimento. Esse aspecto de conter e processar coisas em seu interior, esse segredo ou mistério que se opera em seu domínio é representado pelo azul, e sua capacidade genitora pelo branco. Os mortos e os ancestrais são seus filhos simbolizados pelas hastes de Atori (uma vara simbólica) de Odàn ou pelas nervuras das palmas de íguí-òpe. A relação de Nanà-Òkú òrun com a fertilidade é representado pelo uso abundante de cauris (búzios). Os cauris desprovidos dos seus moluscos, constituem os símbolos por excelência dos "dobles" espirituais e dos ancestrais. Brajás, ou Ìbàjá, filas de cauris enfiados dois a dois em pares opostos, cruzados em diagonais na frente e atrás, representam claramente o resultado da interação da direita e da esquerda, do masculino e feminino, passado (poente-atrás) e futuro (nascente-frente). Por causa de seu poder, a terra é invocada e chamada testemunhar em todos os tipos de pactos, particularmente nas iniciações e nas guardas dos segredos. Em caso de litígio ou traição, acredita-se que a terra fará justiça; Ké ilè jéèri que a terra testemunhe Sàáláre: òrisá láàre Orixá da justiça. Seus adeptos dançam com a dignidade que convém a uma senhoro idosa e respeitável. Seus movimentos lembram um andar lento e penoso, apoiado num bastão imaginário que os dançarinos, curvados para frente, parecem puxar para si. Em certos momentos, viram para o centro da roda e colocam seus punhos fechados, um sobre o outro, parecendo segurar um bastão. Sua saudação é Saluba. Na África, diversas são suas apresentações, nomes e indicações, variando muito de região para região.
Qualidades: Ologbo, Borokun, Biodun, Asainán, Elegbe, Susure



OBALUAYIÊ


QUALIDADES:

Jagun Agbagba (ligação com Oyá)
Omolu
Obaluayie
Soponna/Sapata/Sakpatá
Afoman/Akavan/Kavungo (ligação com Exú) afomo; contagiante,infeccioso
Savalu/Sapekó (ligação com Nana)
Dasa
Arinwarun (wariwaru) título de xapanan
Azonsu/Ajansu/Ajunsu (ligação com Oxalá, Oxumare)
Azoani (ligação com Yemanjá e Oyá)
Posun/Posuru
Agoro
Tetu/Etetu
Topodun
Paru
Arawe/Arapaná(ligação com oyá)
Ajoji/Ajagun (ligação com Ogun, Oxagian)
Avimaje/Ajiuziun (ligação com Nana, Ossain)
Ahoye
Aruaje
Ahosuji/Segí (Ligação com Yemanjá, Oxumare/Besén





OGUN


Filho de Yemanjá ou Oduá com Oxalá.
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Está ligado ao mistério das árvores, consequentemente à Oxalá. Seu "assento" está ao pé de um Igí-uyeuè (cajazeira) no Brasil, onde um adàn, akòko ou Àràbà na Nigéria e no Daomé, e rodeado por uma cerca de peregun. Podendo também ficar ao pé do Igí-òpé cujo tronco simboliza a matéria individualizada dos funfun (orixás do branco, particularmente Oxalá), que as folhas brotadas sobre os ramos ou troncos, simbolizam descendentes e que o màrìwò é a representação mais simbólica de Ogún. Akóro Ko l'axo Akóro não tem roupas
Màrìwò l'axo Ogún o! Màrìwò veste Ogún
Màrìwò Màrìwò
Ogún data de tempos proto-históricos, é pré-histórico, violento e pioneiro; suas armas são primeiro de pedra, depois o ferro. Sua primogenitora converte-o em quase irmão gêmeo de Exú. Deus da guerra, imagem arquetípica do soldado, Ogún é também o deus do ferro, da metalurgia. Do ferreiro ao cirurgião, todos os que utilizam instrumentos de ferro (e o aço por consequencia) em seu trabalho: agricultores, caçadores, açougueiro, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e outros que juntaram-se ao grupo desde o início do século, mecânicos e motoristas; rendem homenagem à Ogún. Nesse sentido ele é o arquétipo da conquista da civilização humana, consolidada na idade do ferro. Orixá de personalidade violenta, obstinada, constante, viril, disciplinada, quando não rígida. Na sua estreita relação, com a natureza humana, na qual é o regente dos "caminhos" no seu sentido de trabalho, oportunidades profissionais, e ao mesmo tempo "guardião" da casa, é expressa em sua cantiga:
Ogún á jó (Ogún dançará) e màrìwò (fronde da palmeira, usada como sua roupa) Ogún Akòró e màrìwò
Iwó a gba 'lé bg'ònà (ele ocupará a casa e o caminho)
Ogun á jó e màrìwò màá tú yeye (fronde da palmeira cresça)
Akóro pa lónìí ó
Pa o jàre pa léle pa
Ogún pa o jàre
Akóro - uma qualidade de Ogún
Nesta cantiga se faz referência à pa lónìí - corta hoje
Pa o jàre - corte-o, por favor
Léle - completamente
Nesta toada está se pedindo para Ogun abrir os caminhos, pa : vai cortando, desembaraçando o caminho. Uma outra tradução, fala em matar, de quando os orixás vinham a cavalo, na guerra, e que eles brigavam. Historicamente, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé, usando o título de Oniré (Rei de Irê), por se apossar da cidade de Irê, matando seu rei; usava uma diadema, chamada àkòró , e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de Ogún Oniré e Ogún Aláàkòró, inclusive no Brasil, trazidos pelos descendentes dos yorubás. Ogún é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ogún méjeje lóòde Iré, frase que faz alusão às sete aldeias , hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número sete é associado à Ogún e ele ;e representado nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades. Uma história de Ifá, explica como o número 7 foi relacionado a Ogún e o número 9 a Oyá. "Oyá era a companheira de Ogún antes de se tornar a mulher de Xangô. Ela ajudava o deus dos ferreiros no seu trabalho; carregava docilmente seus instrumentos, da casa à oficina, e aí ela manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia, Ogún ofereceu à Oyá uma vara de ferro, semelhante a uma de sua propriedade, e que tinha o dom de dividir em sete partes os homens e em nove as mulheres que por ela fossem tocados no decorrer de uma briga. Xangô gostava de vir sentar-se à forja a fim de apreciar Ogún bater o ferro e, frequentemente, lançava olhares a Oyá; esta, por seu lado, também o olhava furtivamente. Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados e usava brincos, colares e pulseiras. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Aconteceu, então, o que era de esperar: um belo dia, ela fugiu com ele. Ogún lançou-se à sua perseguição, encontrou os fugitivos e brandiu sua vara mágica. Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E, assim, Ogún foi dividido em sete partes e Oyá, em nove, recebendo ele o nome de Ogún Mejé e ela o de Yansã, cuja origem vem de Iyámésan - 'a mãe (transformada em) nove'." Sua cor é o azul escuro, é o primeiro a ser saudado depois que exu é "despachado" (ritual que antecede os Xirés - ocasião festiva, que as casas de candomblé, cantam para todos os orixás - que este tipo de exú, na sua forma negativa de maldoso, funcionando também como uma espécie de guardião do ritual, contra outros tipos de espíritos "não iluminados", não perturbe e não deixe, perturbarem o culto). É sempre Ogún que desfila na frente, "abrindo caminho" para os outros orixás (mais uma vez, a indicação da sua função de abrir caminhos), quando eles entram no Ilê nos dias de festa, manifestados e vestidos com suas roupas simbólicas.

QUALIDADES:

1) Onire
2) Alagbede
3) Já
4) Omini
5) Wari
6) Eroto ndo
7) Akoro Onigbe


Filho de Yemanjá ou Oduá com Oxalá.
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Está ligado ao mistério das árvores, consequentemente à Oxalá. Seu "assento" está ao pé de um Igí-uyeuè (cajazeira) no Brasil, onde um adàn, akòko ou Àràbà na Nigéria e no Daomé, e rodeado por uma cerca de peregun. Podendo também ficar ao pé do Igí-òpé cujo tronco simboliza a matéria individualizada dos funfun (orixás do branco, particularmente Oxalá), que as folhas brotadas sobre os ramos ou troncos, simbolizam descendentes e que o màrìwò é a representação mais simbólica de Ogún. Akóro Ko l'axo Akóro não tem roupas
Màrìwò l'axo Ogún o! Màrìwò veste Ogún
Màrìwò Màrìwò
Ogún data de tempos proto-históricos, é pré-histórico, violento e pioneiro; suas armas são primeiro de pedra, depois o ferro. Sua primogenitora converte-o em quase irmão gêmeo de Exú. Deus da guerra, imagem arquetípica do soldado, Ogún é também o deus do ferro, da metalurgia. Do ferreiro ao cirurgião, todos os que utilizam instrumentos de ferro (e o aço por consequencia) em seu trabalho: agricultores, caçadores, açougueiro, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e outros que juntaram-se ao grupo desde o início do século, mecânicos e motoristas; rendem homenagem à Ogún. Nesse sentido ele é o arquétipo da conquista da civilização humana, consolidada na idade do ferro. Orixá de personalidade violenta, obstinada, constante, viril, disciplinada, quando não rígida. Na sua estreita relação, com a natureza humana, na qual é o regente dos "caminhos" no seu sentido de trabalho, oportunidades profissionais, e ao mesmo tempo "guardião" da casa, é expressa em sua cantiga:
Ogún á jó (Ogún dançará) e màrìwò (fronde da palmeira, usada como sua roupa) Ogún Akòró e màrìwò
Iwó a gba 'lé bg'ònà (ele ocupará a casa e o caminho)
Ogun á jó e màrìwò màá tú yeye (fronde da palmeira cresça)
Akóro pa lónìí ó
Pa o jàre pa léle pa
Ogún pa o jàre
Akóro - uma qualidade de Ogún
Nesta cantiga se faz referência à pa lónìí - corta hoje
Pa o jàre - corte-o, por favor
Léle - completamente
Nesta toada está se pedindo para Ogun abrir os caminhos, pa : vai cortando, desembaraçando o caminho. Uma outra tradução, fala em matar, de quando os orixás vinham a cavalo, na guerra, e que eles brigavam. Historicamente, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé, usando o título de Oniré (Rei de Irê), por se apossar da cidade de Irê, matando seu rei; usava uma diadema, chamada àkòró , e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de Ogún Oniré e Ogún Aláàkòró, inclusive no Brasil, trazidos pelos descendentes dos yorubás. Ogún é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ogún méjeje lóòde Iré, frase que faz alusão às sete aldeias , hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número sete é associado à Ogún e ele ;e representado nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades. Uma história de Ifá, explica como o número 7 foi relacionado a Ogún e o número 9 a Oyá. "Oyá era a companheira de Ogún antes de se tornar a mulher de Xangô. Ela ajudava o deus dos ferreiros no seu trabalho; carregava docilmente seus instrumentos, da casa à oficina, e aí ela manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia, Ogún ofereceu à Oyá uma vara de ferro, semelhante a uma de sua propriedade, e que tinha o dom de dividir em sete partes os homens e em nove as mulheres que por ela fossem tocados no decorrer de uma briga. Xangô gostava de vir sentar-se à forja a fim de apreciar Ogún bater o ferro e, frequentemente, lançava olhares a Oyá; esta, por seu lado, também o olhava furtivamente. Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados e usava brincos, colares e pulseiras. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Aconteceu, então, o que era de esperar: um belo dia, ela fugiu com ele. Ogún lançou-se à sua perseguição, encontrou os fugitivos e brandiu sua vara mágica. Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E, assim, Ogún foi dividido em sete partes e Oyá, em nove, recebendo ele o nome de Ogún Mejé e ela o de Yansã, cuja origem vem de Iyámésan - 'a mãe (transformada em) nove'." Sua cor é o azul escuro, é o primeiro a ser saudado depois que exu é "despachado" (ritual que antecede os Xirés - ocasião festiva, que as casas de candomblé, cantam para todos os orixás - que este tipo de exú, na sua forma negativa de maldoso, funcionando também como uma espécie de guardião do ritual, contra outros tipos de espíritos "não iluminados", não perturbe e não deixe, perturbarem o culto). É sempre Ogún que desfila na frente, "abrindo caminho" para os outros orixás (mais uma vez, a indicação da sua função de abrir caminhos), quando eles entram no Ilê nos dias de festa, manifestados e vestidos com suas roupas simbólicas.

QUALIDADES:

1) Onire
2) Alagbede
3) Já
4) Omini
5) Wari
6) Eroto ndo
7) Akoro Onigbe



ÒRÚNMÌLÀ



Deus do destino, regente dos oráculos, Òrúnmìlà é um outro nome de Ifá.
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NÀO É ORIXÁ. Encontra-se num plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás. Se Olórún é o ser supremo dos yorubás, o nome que dão ao Absoluto, Òrúnmìlà é a sua emanação mais transcendente, mais distanciada dos acontecimentos do mundo sub-lunar.
............... Ritual de Òrúnmìlà é extremamente rico e complexo e atesta a profundidade da tradição yorubá preservada, em alguns lugares no Brasil, tornando-o de fato equivalente, em riqueza mítica e simbólica.
Na tradição de Ifé é o primeiro companheiro e "Chefe Conselheiro" de Odùduà quando da sua chegada à Ifé. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes de vir fixar-se em Òkè Itase, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a mais alta autoridade em matéria de adivinhação, pelo sistema chamado Ifá. É também chamado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho do destino das pessoas e, por esta razão, é chamado Eléèrì Ìpín.
Os babalaôs (pais do segredo), são os porta vozes de Orunmilá, que não é Orixá nem ebora. A iniciação de um babalaô não comporta a perda momentânea de consciência que acompanha a dos orixás. Não se trata de ressucitar no incosciente do babalaô o "eu perdido", correspondente à personalidade do ancestral divinizado. É uma iniciação totalmente intelectual. Ele deve passar um longo período de aprendizagem, de conhecimentos precisos,em que a memória, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidades de Itans (histórias) e de lendas antigas, classificadas nos duzentos e cincoenta e seis odú (signos de Ifá), cujo conjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos do povo de língua yorubá.
Todo indivíduo nasceu ligado a um desses 256 odú. No momento do nascimento de uma criança, os pais pedem ao babalaô para indicar a que odú a criança está ligada. O odú dá a conhecer a identidade profunda de cada pessoa, serve-lhe de guia na vida, revela-lhe o orixá particular ao qual ele deve eventualmente ser dedicada, além do da família, e dá-lhe outras indicações que a ajudarão a comportar-se com segurança e sucesso na vida.
Dois sistemas permitem ao babalaô encontrar o signo de Ifá que está sendo procurado, chave do problema que lhe apresenta o consulente. Um deles é bastante elaborado, manipula-se de acordo com certas regras, dezesseis caroços dos frutos do dendezeiro, chamados "coco de Ifá", os ikin ifá, o outro é mais simples e consiste em utilizar um opele ifá, uma corrente onde estão enfiadas oito metadas do caroço de uma certa fruta.
Um odú de ifá é formado pelo conjunto de duas colunas verticais e paralelas, de quatro índices cada uma; cada índice compõe-se de um traço vertical ou de dois traços verticais. Há dezesseis combinações possíveis para cada uma das colunas e cada uma delas tem um nome.

1) Ogbè
2) Oyèkú
3) Ìwòri
4) Òdí
5) Ìrosùn
6) Òwónrín
7) Òbàrà
8) Òkànràn
9) Ògúndà
10) Òsá
11) Ìká
12) Òtúrúpòn
13) Òtúrá
14) Ìrètè
15) Òxé
16) Òfún


Cada um desses dezesseis nomes justapostos, com eles mesmos ou com algum dos quinze outros, forma o nome de um dos duzentos e cincoenta e seis odú.
Orunmila embora não seja um orixá, participa muitas vezes nas histórias de Ifá, da vida e das aventuras dos deuses yorubás.








OSSAIN


É a divindade das folhas medicinais e litúrgicas.
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A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé - o poder - imprescindível até mesmo aos próprios deuses.
As folhas nascidas das árvores e as plantas constituem uma emanação direta do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva (água-sêmem) e, com esse poder, a ação das folhas podem ser múltiplos, para diversos fins.
As folhas como as escamas e penas, são e representam o procriado. Elas representam o "sangue-preto", axé do culto.
OSSAIN possui um poder ao mesmo tempo benéfico e perigoso. O Eye é um pássaro que o representa, o Igbá Òsányin é seu emblema, confeccionado com ferro, e simboliza uma árvore de sete ramos com um pássaro em sua haste central, o ferro reforça a ligação com o axé do preto mineral, e o pássaro é a relação folha-pena e elemento procriado. Nada se faz no candomblé sem este orixá, as folhas sagradas, para tudo se usa, na iniciação há um borí específico para Ossain, a cabeça do neófito é lavada com um líquido composto de folhas associadas a diversos orixás, mas dependentes, em última instância, para seu efeito, da colaboração de Ossain. Há um encarregado de recolher as folhas frescas no mato e prepará-las, é chamado olósàyin.
Uma lenda explica a divisão das suas folhas com os outros orixás:
"Ossain havia recebido de Olodumaré o segredo das ervas. Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o dia em que Xangô se queixou à sua mulher, Oyá , senhora dos ventos, de que somente Ossain conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que os outros orixás estavam no mundo sem possuir nenhuma planta. Oyá levantou as saias e agitou-as impetuosamente. Um vento violento começou a soprar. Ossain guardava o segredo das ervas numa cabaça pendurada num galho de árvore. Quando viu o que vento havia soltado a cabaça, e , que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele gritou 'Ewé O! Ewé O!' - 'Oh! As folhas! Oh! As folhas! -, mas não pode impedir que os orixás as pegassem e as repartissem entre si.
A colheita das folhas deve ser feita com extremo cuidado, para não destruir a árvore que as dá, e que possam se renovar, seguindo um preceito próprio, para entrar no seu reino, fazer a colheita e prepará-las. Ossain vive na floresta, em companhia de Àrònì, um anãozinho, que tem uma única perna, e fuma um cachimbo feito de casca de caracol. Por causa dessa união com Àrònì, Ossain é saudado "Holá!" - proprietário-de-uma-única-perna-que-como-o-proprietário-de-duas-pernas! - alusão às oferendas de galos e pombos que possuem duas patas, feitas a Ossain Àrònì que possui apenas uma perna; razão pela qual no ato se "cravejar" tira-se apenas, uma perna do animal.
Suas cores são verde e branco.


OXALÁ


É inconteste sua posição única de “pai” dos Orixás.
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Lembá, Kassulembá, Lambaranganga, Lembadilè, Oulissa, Oulisasa, Obatalá, Orìsànlá, Orixalá muitos são seus nomes, cuja variação mais uma vez, se dá em virtude da região na África que é conhecido.
Mais importante e elevado deus iorubá, o primeiro criado por Olodumaré (O Deus supremo), é um orixá funfún (do branco).


QUALIDADES:


OXALÁ : oxalá (o sol)
oxaguian (o nascer do sol)
oxanyin (oxalá moço)
oxadinhan (oxalá moço)
oxagiriyan (oxalá feminino)
oulissa (oxalá no gege)
oxalufan ( oxalá velho)
oxá olokun (oxalá do mar)
orixalá (oxalá do meio dia)
obi-am (esposa de orixalá)
orixá okô (oxalaá da agricultura)
obá-okê – (oxalá da montanha)
ora minhan (filho de odudua e obatalá)
orixanlá (rei dos orixás)
ifá (o espírito santo)
canaburá (o nascer do dia)
Obatalá
Odudua
Okin
Lulu
Ko
Oluiá Babá Roko
Babá Epe
Babá Lejugba
Akanjapriku
Ifuru
Kere
Babá Igbo
Ajaguna.
Muitas são sua lendas e extensa é sua origem e história na África, matéria destinada aos estudiosos e mais aprofundados na religião, sendo os mais cultuados no Brasil, Oxalufon "o velho" e Oxaguian "o moço" na sua forma "guerreira" de Oxalá que carrega uma espada, cheio de vigor e nobreza, seu templo principal é em Ejigbo, onde ostenta o título de Eléèjìgbó, rei de Ejigbo. Na condição de velho e sábio, curvado ao peso dos anos, figura nobre e bondosa, carrega uma cajado em que se apoia, o Opaxoro, cajado de forte simbologia, utilizado para separação do Orun e o Ayié. No Brasil é o mais venerável e o mais venerado, sua cor é o branco, seu dia a Sexta-feira, motivo pelo qual os candomblecistas em geral usam roupa branca na Sexta-feira e na virada do ano, num claro respeito e devoção a Oxalá. Sua maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá" que diz respeito a sua lenda dos sete anos de encarceramento, culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian", para festejar a volta do pai. Esse respeito advém da sua condição delegada por Olorun, da criação e governo da humanidade.



OXÓSSI


No grupo Òdé - caçadores - sobressai Oxóssi , está ligado à terra virgem.
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Possui muita importância em Kétu, torna-se Alákétu (Rei do Kétu). É àxèxè (princípio dos princípios) dos descendentes de Kétu.
Os Oge (chifres de touro) fazem a comunicação entre o Aiyé e Orún, chamados de : Olugboohun - o senhor escuta a minha voz
Ìrùkèrè (Èrùkèrè) - espécie de cetro feitos com pelos do rabo de touro, presos em um couro duro, constituindo um cabo, e revestido com um couro fino, ornado com contas e cauris (búzios). É um dos principais instrumentos dos caçadores e detém poderes sobrenaturais. Na África nem um caçador, se aventuraria, a ir à floresta sem seu ìrùkèrè. É preparado com pós e remédios de diversos tipos, assim como folhas e fragmentos triturados dos animais sacrificados. Antes de serem presas, as raízes dos pelos devem durante algum tempo, ficar imerso num pote com uma combinação de elementos que constituem um axé especial, que lhe conferirá suas atribuições necessárias.
Não é apenas mais um emblema, tem o poder de manejar e controlar todo tipo de espíritos da floresta.
Os pelos do rabo - parte posterior (poente) - representam os ancestrais, espíritos de animais e de todo tipo de espírito da floresta.
Deus da caça, ligado às matas, irmão mais novo de Ogun, Odé é também parte dos orixás masculinos cujos princípios também são feitos de ferro. Alegre, jovial, expansivo e irrequieto, tem enorme popularidade na Bahia onde também é conhecido pelo nome de Oxóssi (Òxòósi).
Na África teria sido o irmão caçula ou filho de Ogun, com importância, como protetor dos caçadores; na medicina, pois os caçadores passam grande parte de tempo em contato com Ossain na floresta, divindade das folhas terapêuticas e litúrgicas, e, aprendem com ele parte do seu poder; na ordem social, pois em suas caças e expedições, descobre lugar favorável à instalação de uma nova roça ou de um vilarejo, tonando-se assim o primeiro ocupante do lugar e senhor da terra onílè, com autoridade sobre os habitantes que venham a se instalar posteriormente; de ordem administrativa e policial, pois antigamente os caçadores odé, eram os únicos a possuir armas nos vilarejos, servindo também de guardas-noturnos òxó.
O culto de Oxóssi encontra-se quase extinto na África mas bastante difundido no Novo mundo, tanto em Cuba como no Brasil, pois seus iniciados foram vendidos como escravos para esses países; Eles trouxeram consigo o conhecimento do ritual. Suas cores são azul esverdeado, seu símbolo, o ofá, um arco e flecha em ferro forjado (hoje, outros metais) e o erukere , insígnia de dignidade dos reis da África e que lembra ele ter sido rei de Kêto.


QUALIDADES:


1) Orè ou Orèlúéré
2) Inlé ou Erinlè, ou ainda Age
3) Ibùalámo
4) Fayemi
5) Ondun
6) Asunara
7) Apala
8) Agbandada
9) Owala
10) Kusi
11) Ibuanun
12) Olumeye
13) Akanbi
14) Alapade
15) Mutalambo



OXUN


Orixá originário da terra de Ijexá.
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Genitora por excelência, ligada particularmente à procriação. Deusa das águas doces, reina sobre os rios, também divindade do ouro e dos metais amarelos. Coquete e vaidosa, foi segunda esposa mde Xangô, tendo vivido anteriormente com Ogun, Orunmilá e Oxóssi. Maternal, carinhosa e muito afeita às crianças, amante da beleza e do adôrno. Também é chamada de Iyálòóde, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade. Seus axés são pedras do fundo do rio Oxum, jóias de cobre, no Brasil, pedras de rio e adornos de metal amarelo. Sua cor e contas, é amarelo-ouro, sua saudação: Ore Yèyé o!!!, chamemos a benevolência da mãe!!!


Qualidades de Oxum:


Abalu (a mais velha de todas) - ABALÔ (carrega ogum é uma iansã)
Jumu ou Ijimu ( a mãe de todas, estreita ligação com as Ìyámi)
Aboto ou Oxogbo (feminina e coquete, ajuda as mulheres terem filhos)
Apara ( a mais jovem e guerreira)
Ajagura (guerreira)
Yeye Oga (velha e enquizilada)
Yeye Petu Yeye Kare (guerreira)
Yeye Oke (guerreira)
Yeye Onira (guerreira)
Yeye Oloko (vive nas florestas)
Yeye ponda (esposa de Oxóssi Ibualama, guerreira e porta um leque)
Yeye Merin ou Iberin (feminina e coquete)
Yeye Àyálá ou Ìyánlá (a avó, que foi mulher de Ogum )
Yeye Lokun ou Pòpòlókun (que não desce sobre a cabeça de suas filhas)
Yeye Odo (dos perdões)



OXUMARÉ


Simbolizado pela serpente.

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Sua tradução, quer dizer: arco íris, bem como uma versão, essencialmente masculino, e outra, como fêmea ou macho (Besèn e Frekuén). Besèn, a parte feminina de Oxumarè, que se transforma durante seis meses do ano (também evidenciado pela sua mudança de pele).
Parente de Nanã e Obaluaiye, o que mostra sua relação com a terra e seus ancestrais.
É a mobilidade e a atividade. Uma de suas obrigações, em suas múltiplas funções, é a de dirigir o movimento, é o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical, que está sob o seu controle; é o símbolo da continuidade e permanência e, algumas vezes é representado por uma serpente que se enrosca e morde a própria cauda. Sua dupla natureza de macho e fêmea, é simbolizada pelas cores vermelha e azul que cercam o arco íris, ou, verde e amarelo dependendo da região. Também representa a riqueza, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos yorubás. Seus iniciados usam brajás , longos colares de búzios, enfiados de maneira a parecer escamas de uma serpente, e trazer na mão um ebiri, espécie de vassoura feita com nervura das folhas de palmeira, ou Idan duas cobras em ferro forjado. Durante suas danças, apontam alternadamente para o céu e para a terra.
Através do arco íris, se torna o elemento de ligação entre o céu e a terra, fazendo a ponte aiyé-orún, transporta mensagens e oferendas.
No Dahomé, chama-se Dan, na nação Angola, como Angoro, sua saudação é Aroboboy.



OYÁ

Iyá-mesan-òrun , seu Oríki, "mãe dos nove órun", Yásan.
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Conhecida no Brasil como Yansã, cujo nome advém de algumas formas prováveis: Oyamésàn - nove Oyas; usado como um dos nomes de Oya
Ìyá omo mésàn, mãe de nove crianças, Iansã , que da lenda da criação da roupa de Egúngún por Oyá.
Ìyámésàn "a mãe (transformada em) nove", que vem da história de Ifá, da sua relação com Ogun.
Observe-se que em todas as formas, está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.
Está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns). Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. Principal esposa de Xangô, impetuoso, guerreira e de forte personalidade, também rainha dos espíritos dos mortos, sendo reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá,
chama-se Odò Oya.
Diz uma das lendas que Oya lamentava-se de não ter filhos, uma situação consequente da sua ignorância a respeito das suas proibições alimentares. Embora lhe fosse recomendado comer cabra, ela comia carneiro. Foi consultar um babalaô, que informou seu erro, lhe aconselhando a fazer oferendas, entra as quais deveria haver um tecido vermelho. Este pano, mais tarde, haveria de servir para confeccionar as vestimentas dos Egúngún. Tendo cumprido essa obrigação, Oya tornou-se mãe de nove crianças.
Suas contas são vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica). Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin[eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns").
Afefe, o vento, a tempestade, acompanha Oya.


QUALIDADES:


1) Oya Biniká
2) " Seno
3) " Abomi
4) " Gunán
5) " Bagán
6) " Onìrá
7) " Kodun
8) " Maganbelle
9) " Yapopo
10) " Onisoni
11) " Bagbure
12) " Tope
13) " Filiaba
14) " Semi
15) " Sinsirá
16) " Sire
17) " Gbale ou Igbale (aquela que retorna à terra) se subdividem em:
a) Oya Funán
b) " Fure
c) " Guere
d) " Toningbe
e) " Fakarebo
f) " De
g) " Min
h) " Lario
i) " Adagangbará
Essas Oya, estão ligadas ao culto dos mortos, quando dançam parecem expulsar as almas errantes com seus braços. Tem forte fundamento com Omulu , Ogun e Exú




XANGÔ

Xangô teria sido o terceiro Àlàáfìn Òyó - Rei de Oyó -, filho de Oranian e Torosi.
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Na África sob seus aspectos, histórico e divino.
A filha de Elempe, rei dos Tapás, que havia firmado uma aliança com Oranian. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se mais tarde, em Kòso (Kossô), onde os habitantes não o aceitaram pelo seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se por sua força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Obá Kòso, que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus oríkì.
Xangô, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yamase como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.
Xangô é o irmão mais jovem, não somente de Dadá-Ajaká como também de Obaluaiyè. Entretanto, ao que parece, não são os vínculos de parentesco que permitem explicar a ligação entre ambos, mas sua origem comum em Tapá, lugar onde Obaluaiyè seria mais antigo que Xangô , e, por defer6encia para com o mais velho, em certas cidades com Seketê e Ifanhim são sempre feitas oferendas a Obaluayiè na véspera da celebração das cerimônias para Xangô.
Xangô, é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores, razão do que de sobra, para ser denominado, deus da justiça.
Os èdùn àrá (pedras de raio - na verdade, pedras neolíticas em forma de machado), são consideradas emanações de Xangô, e são colocadas sobre um odó - pilão de madeira esculpida -, consagrado à Xangô. Seu símbolo é oxé - machado de duas lâminas - lembra o símbolo de Zeus em Creta. Esse oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao memso tempo, o duplo machado e lembra, de certa forma, a cerimônia chamada ajere, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma vasilha cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo; e, em uma outra cerimônia, chamada àkàrà, durante a Qua engolem mechas de algodão embebidas em azeite de dendê em combustão. É uma referência à lenda, segundo a qual Xangô tinha o poder de escarrar fogo graças a um talismã que ele pedira à Oyá buscar no território bariba.
Os adeptos de Xangô , em cerimônias, seguram nas mãos o xéré , um instrumento musical utilizado apenas por eles (desde que autorizados), feito de uma cabaça alongada e contendo no seu interior pequenos grãos, que convenientemente sacudido, imita o ruído da chuva. Em algumas situações também usa um làbà - uma bolsa grande em couro ornamentado -, onde guardaria seus èdùn àrà, que lança sobre a terra durante as tempestades. Suas danças são acompanhadas por um tambor chamado bàtá (tem uma forma de ampulheta, com couro dos dois lados de tamanhos diferentes), são pendurados no pescoço por uma tira de couro, e seus tocadores, os olúbatá, que batem com uma tira de couro no lado menor do tambor, para fazer vibrar o instrumento, e com a mão fazem pressões mais ou menos fortes do outro lado, para obter os tosn da língua yorubá.
No Recife, seu nome serve mesmo para designar o conjunto de cultos africanos.
Suas cores são o vermelho e branco, e sua saudação é:
Kawó kabiyèsílé ! - Venham ver o Rei descer sobre a terra!!
Em sua dançá, o alujá , Xangô brande orgulhosamente seu oxé e assim que a cadência se acelera, ele faz um gesto de quem vai pegar num labá (sua bolsa) imaginário, as pedras de raio, e lançá-las sobre a terra.


QUALIDADES:


1) Dadá
2) Afonjá
3) Lubé
4) Ogodo
5) Koso
6) Jakuta
7) Aganju
8) Baru
9) Oloroke
10) Airá Intile
11) Airá Igbonam
12) Airá Mofe ou Adjaos
XANGO: AIRÁ (AGOYNHAM); AFONJÁ; AGANJÚ; AGOGO; BARU; ALAFIM
Alguns constam ainda Oranian, que seria seu pai; Dadá seu irmào, Aganju um dos seus sucessores, Ogodo que segura dois oxés, sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de tapá; Os Airá seriam muito velhos, sempre vestidos de branco e usando segi (contas azuis) em lugar dos corais vermelhos, e seriam originários da região de Savê.


QUALIDADES

Alufan: É idêntico a um Airá. Confundido com Oxalufan. Veste branco e suas ferramentas são prateadas.

Alafim: É o dono do palácio real, governante de Oyó. Vem numa parte de Oxalá e caminha com Oxaguian.

Afonjá: É o dono do talismã mágico dado por Oyá a mando de Obatalá; é aquele que fulmina seus inimigos com o raio. Come com Yemanjá sua mãe. Patrono de um dos terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia, o Axé Opô Afonjá, é o Xangô da casa real de Oyó. Nesse avatar Xangô Afonjá é aquele que está sempre em disputa com Ogum. Um dos mitos que relata tal passagem nos conta que Afonjá e Ogum sempre lutaram entre si, ora disputando o amor da mãe, Iemanjá, ora disputando o amor de suas eternas mulheres, Oyá, Oxum e Oba.

Aganju: Significa terra firme. Tem perna de pau e é casado com Yemanjá. É o filho mais novo de Oranian. É o mais cruel, é aquele que leva o coração do inimigo na ponta da lança, é o Xangô amaldiçoado que matou e comeu a própria mãe.

Agogo / Agodo / Ogodo: Muito ruim e brutal, inclinado a dar ordens e a ser obedecido, foi ele quem raptou obá. Come com Yemanjá. Neste caminho; Xangô segura dois Oxês (machados). Sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de Tapá. É aquele que, ao lançar raios e fogo sobre seu próprio reino, e o destrói.

Baru: Veste-se de marrom e branco. Conta o mito em que Xangô recebe de Oxalá um cavalo branco como presente. Com o passar do tempo, Oxalá voltou ao reino de Xangô Baru, onde foi aprisionado, passando sete anos num calabouço. Calado no seu sofrimento, Oxalá provocou a infertilidade da terra e das mulheres do reino de Baru. Mas Xangô Baru, com a ajuda dos babalawos, descobriu seu pai Oxalá preso no calabouço de seu palácio. Naquele dia, ele mesmo e seu povo vestiram-se de branco e pediram perdão ao grande orixá da criação, terminando o ato com muita festa e com o retorno de Oxalá a seu reino. Assim seus descendentes míticos agirão sempre como um jovem desconfiado, ambicioso, elegante, teimoso, hospitaleiro, galante; neste avatar, e somente neste, Xangô surge como um rei humilde e solidário com a causa de seu povo.

Badè: É o mais jovem vodum da família do raio, cujo chefe é Keviosso, corresponde ao Xangô jovem dos nagos. É o irmão de Loko. Usa roupa azul com faixa atada atrás.

Jakuta: É aquele que atira as pedras, é a encarnação dos raios e trovões. É a própria ira de Olorun, o Deus criador. É o senhor do edun-ará, a pedra de raio. Conta o mito que o reino de Jacutá foi atacado por guerreiros de povos distantes, num dia em que seus súditos descansavam e dançam ao som dos tambores. Houve muita correria, muita morte, muitos saques. Jacutá escapou para a montanha seguido de seus conselheiros, donde apreciava o sofrimento de seu povo. Irado, o rei chamou sua mulher Iansã, que, chegando com o vento, levou consigo a tempestade e seus raios. Os raios de Iansã caíram como pedras do céu, causando medo aos invasores, que fugiram em debandada. Mais uma vez, Jacutá fora acudido por Iansã, e mais, sua eterna amante deu-lhe, dessa feita, o poder sobre as pedras de raio, o edun-ará. Gente de Jacutá tem espírito de um velho pensador, justiceiro, incansável, brutal, colérico, impiedoso, preocupado com a causa dos outros.

Koso ou Obacossô: Em sua passagem pela cidade de Kossô, Xangô recebe o nome de Obacossô, ou seja, o rei de Kossô. Conta o mito que, depois de passar pela terra dos tapas, Xangô refugiou-se na cidade de Kossô, mas a dor de haver destruído seu povo, levou o rei a suicidar-se. No momento da morte de Xangô, Iansã chegou ao Orum e, antes que Xangô se tornasse um Egun, pediu a Olodumare que o transforme num orixá. Assim Xangô foi feito orixá pelo pedido de sua mulher Yansã. Os filhos de Obacossô são serenos, tiranos, cruéis, agressivos, severos, amorosos, moralistas.

Oranifé: É o justiceiro, reto e impiedoso, que mora na cidade de ifé.
Tapa: É muito conhecido pelo seu temperamento imperioso e viril. Não perdoa os erros de seus filhos.

Airá Intile: É o filho rebelde de Obatalá. Airá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. É dele o mito que conta a primeira vez que Airá Intilé se submeteu a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas que Obatalá desfez e alternou as contas encarnadas com as contas brancas dos seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé o seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de volta ao seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Neste caminho, Airá Intilé dá aos seus filhos um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.

Airá Igbonam (Agoynham) ou Ibonã: É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.

Airá Mofe, Osi ou Adjaos: É o eterno companheiro de Oxaguiã.

Alguns constam ainda Oranian, que seria seu pai; Dadá seu irmão, Aganju um dos seus sucessores, Ogodo que segura dois oxés, sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de tapá; Os Airá seriam muito velhos, sempre vestidos de branco e usando segi (contas azuis) em lugar dos corais vermelhos, e seriam originários da região de Savê.

Existe também opinião formada por muitos, baseada na mitologia e nas diversas fontes sobre as origens de Xangô, que Oranian seria seu pai; Dadá seu irmão, Aganju um dos seus sucessores, e Ogodo, o que segura dois oxés, sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de tapá.

Os Airá são as qualidades de Xangô muito velhos, sempre vestidos de branco e usando segi (contas azuis) em lugar dos corais vermelhos, e serão originários da região de Savê. Há no entanto actualmente quem considere que Airá seria um Orixá diferente e não uma qualidade de Xangô. Esta questão requer ainda algum estudo e pesquisa séria.










YEMANJÁ

Ye + omo + eja = mãe dos filhos peixes, ou, Yèyé omo ejá (Mãe cujos filhos são peixes).
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O cristal representa seu poder genitor e sua interioridade (filhos contidos em si mesma). Representa a gestação e a procriação. Em alguns mitos considera-se mulher de Òrányàn (descendente de Oduá e fundador de Oyó) de quem ela concebeu Sàngó (Ancestre dicino da dinastia dos Àlàfin de Òyó).
A mãe dos orixás, esposa de Òrìnsànlá. No Brasil é a deusa do mar, da água salgada, enquanto na Nigéria, a deusa de um rio, e orixá dos Egbá, onde existe o rio Yemoja. Também a deusa do encontro das águas do rio e do mar.
A mais antiga é Iyá Sagba, que quer dizer, A Mãe que passeia sobre as ondas.
Suas cores são o azul claro, branco e azul e o cristal, sua saudação, Odoyiá = Mãe do rio. Sábado é o seu dia consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Sei dia consagrado é 2 de fevereiro.
Segundo algumas fontes; Orixá dos rios e correntes, especialmente do Rio Ogun, na África seria folha de Obatalá e Oduduwá, casada com Oranyian, fundador mítico de Oyó, teria sido esposa de Aganjú, e com ele teve um filho Orùngan, que a violou e dela são descendentes outros quinze orixás: Dadá, Sangó, Ògún, Olokun, Olosá, Oyá, Òsun , Obá, Oko, Oke, Saponan; Òrun (sol) e Osupá (lua); Ososo e Aje Saluga (orixá da riqueza). Seus diversos nomes são relativos aos diferentes lugares profundos (ibù) do rio.


Qualidades: 7 conhecidas, seus nomes diferem conforme região.


1) Yemoja Ogunte (esposa de Ogum Alagbedé)
2) Yemoja Saba (fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá)
3) Yemoja Sesu/Susure (voluntariosa e respeitável, mensageira de olokun)
4) Yemoja Tuman/Aynu/Iewa
5) Yemoja Ataramogba/Iyáku (vive na espuma da ressaca da maré)
6) Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô)
7) Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas, esposa de Oxalá)
EWÁ





 
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