sexta-feira, 16 de abril de 2010

Cargos de candonblé







Babalorixá ou Iyalorixá
o mesmo que,Doné ou Doté dentro de jeje mahi;É o cargo mais alto dentro de uma Casa de Santo ou Ilê. É o Zelador ou Zeladora, aquele que cuida dos Orixás, que inicia os noviços, suspende e confirma Ogans, apresenta e confirma Ekedis, Olossães, Axoguns, etc. O Babalorixá ou Iyalorixá é o ponto de equilíbrio, a cabeça de uma Casa. O Zelador ou Zeladora trabalha como uma espécie de guia e mentor espiritual, aconselhando, discutindo, desenvolvendo métodos para o melhor andamento da Casa. É dele ou dela a palavra final sobre tudo o que será realizado, pois é o Zelador (Babalorixá) ou Zeladora (Iyalorixá), aquele que está mais próximo do Orixá regente da casa. Todos os filhos, Ogans, Ekedis; Axoguns, etc., voltam-se para ele, pois os Orixás da cabeça destes, servem ao Orixá regente da Casa, numa situação de humildade que deve ser acompanhada pelos demais, facto que nem sempre acontece, pois existem aqueles que deixam a importância dos seus cargos subir-lhes à cabeça, extrapolando a sua autoridade. O Babalorixá ou Iyalorixá é o ponto de equilíbrio, pois ele ou ela é o formador dos demais cargos existentes no culto. O tempo exacto para que alguém assuma o cargo de Babalorixá ou Iyalorixá é de sete anos de iniciado, pois antes disso a pessoa não se encontra capacitada para iniciar outras pessoas no Culto. É o único cargo onde o tempo devido deve ser respeitado, para que haja harmonia.


Babá-Kekerê ou Iyá-Kekerê;Significa Pai-Pequeno ou Mãe-Pequena. São os segundos dentro da hierarquia de uma Casa de Santo. São os substitutos eventuais do Babalorixá ou Iyalorixá. Eles têm a função de orientar, educar, mostrar o melhor caminho aos filhos da Casa. São os supervisores gerais do bom funcionamento e cabe a eles, em primeira instância, inspeccionar a conduta, higiene e necessidades dos filhos-de-santo. É o Pai, ou a Mãe-Pequena que assume, caso o Zelador ou Zeladora esteja fora ou incorporado com o Orixá. Neste caso exercem a mesma função do Zelador ou Zeladora, procurando manter bem equilibrado o Axé. Cabe também a eles a manutenção da Casa, para que não haja falhas no sistema. A sua função é da mais alta importância, pois na condição de substituto directo, é quem recebe todas as cargas e distúrbios que porventura aconteçam. Para exercer o cargo de Babá-Kekerê ou Iyá-Kekerê é preciso que a pessoa seja feita (iniciada dentro do Santo) e que tenha um mínimo de sete anos de feito, pois neste cargo exige-se experiência e muita tranquilidade, humildade, entendimento e resignação, além de sabedoria, competência e calma.


Ogan;Não pode ser considerado, tão-somente, o tocador de atabaque. O Ogan é uma figura importante dentro de uma Casa de Santo, pois ele actua como uma espécie de fiscal, ajudando na coordenação dos rituais. É da competência do Ogan a manutenção e preparação dos couros para os atabaques; coordenar os toques, entoando as cantigas dentro das sequências correctas. É também função do Ogan – juntamente com o Babalorixá ou Iyalorixá – entoar as rezas feitas nas obrigações e demais rituais. O Ogan passa por dois estágios: o período de suspensão, quando ele é indicado pelo Santo da Casa, e o da confirmação, quando ele passa pelas obrigações de Roncó.


Qualidades de ogãns;


Pejigan - É o primeiro Ogan da casa Jeje. O mais velho de todos os ogans geralmente mais sábio. Tem a função de cuidar do Peji, altar dos santos e zelar pelo assentamentos dos filhos da casa.


Runsó - É o primeiro, tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje.


Axogun - É um Ogan de suma importância no Candomblé, é o responsável pela execução sacrificial dos animais votivos, é um especialista no que faz. Cargo masculino. É aquele que cuida dos animais a serem sacrificados para os Orixás e aquele que os sacrifica. É ele que vai cuidar da alimentação dos animais, do seu banho (ossé) antes das matanças. Cabe a ele também abrir os bichos já sacrificados e separar os Axés (miúdos), além de tratar do couro e passá-los para os Ogans. Para se chegar ao cargo de Axogun é preciso ter aquilo a que se chama “Mão de Faca”, que é a autoridade para fazer os sacrifícios animais. Diga-se de passagem, os Ogans também actuam como Axoguns, desde que tenham a “Mão de Faca”.


Alagbê - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão, dominante do atabaque Rum, que através dele o Orixá fará sua dança e com isso comandando os atabaques Rumpi e Lê.


Ogan Gibonã - Zelador da casa de exu, outro ogan de suma importância, pois seus conhecimento ajudam na firmeza da casa.


Ogan Apontado - Pessoa apontada como possível candidato a Ogan. Equivalente ao Ogan suspenso.


Ogan Suspenso - Pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogan, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogans da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas obrigação para ser um Ogan.Há também outros Ogans como: Gaipé,Gaitó, Arrow, Arrontodé.


Ekedi;A Ekedi em seu papel de Mãe exerce a função de Dama de Honra do Orixá regente da Casa. É dela a função de zelar, acompanhar, dançar, cuidar das roupas e apetrechos do Orixá da Casa, além dos demais Orixás, dos filhos e até mesmo dos visitantes. É uma espécie de “noiva” que actua sempre ao lado do Orixá e que também cuida dos objectos pessoais do Babalorixá ou Iyalorixá. O cargo de Ekedi é muito importante, pois será ela a condutora dos Orixás incorporados no Egbê (barracão ou sala de festividades) e dela é a responsabilidade de recolhê-los e “desvirá-los”, observando as condições físicas daqueles que “desviraram”. O procedimento para se tornar Ekedi é o seguinte: primeiramente ela é apresentada – não suspensa, como o Ogan – e logo depois será confirmada, com as obrigações de Roncó. Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa “mãe que o orixá escolheu,e,confirmou”.
Assim como os demais oloyés, uma ajoié tem o direito a uma cadeira no barracão.
Deve ser sempre chamada de “mãe”, por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar,com,ela,pedidos,de,bençãos.
Os comportamentos determinados para os ogans devem ser seguidos pelas ajoiés.
Em dias de festa, uma ajoié deverá vestir-se com seus trajes rituais, seus fios de contas, um ojá na cabeça e trazendo no ombro sua inseparável toalha, sua principal ferramenta de trabalho no barracão e também símbolo do óyé, ou cargo que ocupa. Uma ajoié também é porta-voz do orixá,em,terra.
É ela que em muitas das vezes transmite ao Babalorixá ou Yalorixá o recado deixado pelo próprio orixá da casa.


Olossãe ou Babalossãe
;É outro cargo da maior importância dentro do Axé, pois cabe a ele – e digo “ele” pois trata-se de um cargo estritamente masculino – o recolhimento e escolha das ervas que vão entrar nos rituais. O Babalossãe é quem procura, reza, cata e macera as ervas, num ritual de grande importância, pois sem folhas nada pode ser feito dentro de uma Casa de Santo.


Yabassé;Cargo feminino. É aquela que cuida, separa ingredientes e executa a comida do Santo. Chamada a cozinheira do Axé, é dela a obrigação de ver aquilo que o Santo mais gosta e executar os trabalhos de cozinha. A Yabassé faz também a comida que será oferecida aos visitantes nos dias de festa na Casa. Para exercer esse cargo é preciso que a mulher seja iniciada no Santo e receba a autorização do Pai ou Mãe-de-Santo para ser a cozinheira oficial dos Orixás e não passa por incorporação,não recebe tranze do Orixá.


Dagã;Cargo feminino. É aquela que vai cuidar da casa de Exú. Está sempre presente na cerimónia do Padê (que é a reunião para despachar Exú, ou seja, levá-lo para fora para que tome conta dos trabalhos). É a Dagã que vai tratar dos Exús da Casa, mantendo sempre tudo limpo, aceso e abastecido com os ingredientes da preferência de Exú, tais como o oti (cachaça), epô pupá (azeite de dendê), oyn (mel), etc..


Ebomi;São aqueles feitos com mais de sete anos de iniciação. Eles agem na Casa como irmãos mais velhos, orientando os mais novos na conduta e procurando ajudar em tud o que é possível.


Vodunci;São aqueles feitos com mais de três anos de iniciação. Trabalham para a manutenção da Casa, além de ajudar os mais velhos nas actividades.


Yawôs;São os noviços ou noviças de zero a três anos. Estão no período de aprendizagem sobre os fundamentos da Casa. Cuidam de tudo, desde a limpeza até às obrigações.


Abian;É o iniciante. Aquele que está dando os primeiros passos no Candomblé e que terá o seu futuro, a nível de culto, decidido pelo Pai ou Mãe-de-Santo. Ajuda no que é possível.


Iá-Efun;É um cargo feminino. Cabe à Iá-Efun o preparo do atim, ou seja, dos pós que irão dar o desenho da família. É aquela que irá pintar a/o Yawô nas saídas de Santo, aquela que vai “marcar” com o atim, a pemba ralada, a/o Yawô com as cores e formas daquela determinada tribo. Para assumir este cargo é preciso ser iniciada no Santo e ter, no mínimo, sete anos de feitura.


Peji-Runtó;Nos rituais são utilizados muitos elementos, tais como: pembas, temperos, faca, navalha, tesoura, além do obi e orogbô, ervas, favas, toalhas, entre outras coisas. O Peji-Runtó é aquele que vai preparar a mesa, digamos assim. É aquele que vai dar condições ao Babalorixá ou Iyalorixá de desempenharem as suas tarefas, podendo concentrar-se ao máximo, sem preocupação de que este ou aquele elemento esteja faltando ao ritual. O trabalho de Peji-Runtó torna-se, assim, muito importante para o bom desempenho e andamento dos rituais.


Ojubonã: É a mãe criadeira.


Iyamoro: Responsável pelo Ipadê de Exú. Junto com a Agimuda, Agba e Igèna.


Iyaefun/Babaefun: Responsável pela pintura dos Iyawos.


Iyadagan: Auxilia a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan.


Ològun: Cargo masculino, despacha aos Ebós das grandes obrigações, a preferência é para os filhos de Ogun, depois Odé e Oluwaiyê.


Mayê: Mexe com as coisas mais secretas do Axé, ligadas a iniciação do Adoxú.


Agbeni Oyê: Posto paralelo a Mayê, divide a mesma causa.


Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância.
 
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